quarta-feira, 13 de maio de 2009

Milhares na manife e 80% na greve dos enfermeiros




12-Mai-2009

A grande maioria dos enfermeiros juntou-se à greve marcada no Dia Internacional da classe e os sindicatos falam em mais de 80% de adesão. Em Lisboa, milhares manifestaram-se contra a precariedade e a inexistência de uma carreira, numa profissão em que falta gente mas o desemprego aumenta.


Na manifestação que se dirigiu do ministério da Saúde à residência oficial do primeiro-ministro, os enfermeiros entoaram algumas palavras de ordem com as preocupações dominantes, sobretudo entre os mais jovens. "Acabem com os precários/Enfermeiros são necessários", "Para o capital há milhões/ para os enfermeiros só tostões" e "Queremos nova carreira/Para a enfermagem inteira" foram os cânticos mais entoados pelos manifestantes.

Entre outras reivindicações, os enfermeiros querem renegociar as grelhas salariais, já que o valor que o Ministério da Saúde propõe fica muito abaixo do que é pago a outras carreiras com qualificações semelhantes. A reunião do passado dia 7 veio dificultar ainda mais o diálogo entre sindicatos e governo, com os primeiros a acusarem o Ministério de recuar nalgumas propostas já acordadas.

Reagindo à adesão à greve, o coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses no Centro, Paulo Anacleto, diz que se trata de “uma excelente greve, um claro 'cartão vermelho', uma vez mais, a este Ministério da Saúde". E para exemplificar, anunciou que "no bloco operatório central dos Hospitais da Universidade de Coimbra - o maior do país - estão a trabalhar apenas dois dos 40 profissionais”.

“O Ministério da Saúde inflectiu posições concertadas em reunião com o Sindicato, o que revela uma desorientação, não sabemos se é da gripe ou outra coisa qualquer”, declarou o sindicalista, considerando “inadmissível haver enfermeiros com contrato há dez anos”.

Uma posição diferente tem o governo, que reagiu à greve lamentando que aconteça "durante um processo negocial" entre os sindicatos e o Governo, que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, diz "estar bem encaminhado". Para contrapor aos 81% de adesão anunciada pelos sindicatos, o governo fala em 63% de enfermeiros grevistas. "Não parece que ajude muito a permanente realização de greves durante o processo", declarou Manuel Pizarro aos jornalistas, também em Coimbra.

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